segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Lamentavelmente eu (também) sou assim!

Há uma alma em mim,
Há uma calma que não condiz...
Com a nossa pressa!
Com resto que nos resta
Lamentavelmente eu sou assim...
[Fernando Anitelli]

Decerto a evolução distrai, como agita e cria necessidades. Por vezes procuramos por algo, que reside em nosso interior, procuramos por amizades, amores, soluções em lugares menos óbvios. Procuramos ser quem não somos para encontrar o que não queremos em um lugar que não existe. Vivemos para sermos felizes e esta felicidade está onde não procuramos: - Em nós mesmos! O conformismo é um estado de desistência, onde assumimos que perdemos, e nada somos! Assumimos nós mesmos, como seres pensantes, que não sabe usar a razão além dos limites problemas exatos.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O mundo

Para a corrupção
o desemprego
as filas imensas

Para a violência
a traição
o descaso, a pobreza

Para a mendicância
o apartheid
as mentiras da TV

Para a desigualdade
as promessas
as não dívidas

Para mim
o resto de tudo que não serve

Querem me arrancar a pele,
me convencer que o pouco não compra
me parcelaram em 12 vezes sem juros
no cartão!

Decepção urbana

Recentemente confirmei o que antes parecia uma falsa idéia, o sentimento de contágio de pessoas mais humildes se sobrepõe ao idealismo incessante das pessoas que sobrevivem nas grandes cidades com impessoalidade e submissão funcional. Não gosto de impessoalidade, mas tentam me forçar a interagir de maneira falsa, não faço, não trato as pessoas do meu convívio com diferença para obter algum tipo de vantagem, não gosto do mundo político ou diplomático. A grande metrópole nos força a quebrar preconceitos de maneira errônea, buscam a igualdade por meio de leis. A violência é subjetiva, criou outras formas para se manifestar. O ser humano se tornou um inseto em decomposição que se acha importante, procura a realização financeira se apegando mais e mais a coisas. Eu queria viver em uma cidade do interior, onde todos se conhecem pelo nome e se ajudam, talvez eu não tivesse nojo de olhar para algumas pessoas da maneira que tenho.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Só em pensar

Perdi alguns minutos, de fato. Nada que me fizesse mudar de idéia ou simplesmente refletir a respeito. Sempre ligo as coisas, [sempre?].
Desta vez foi diferente, eu não era a mesma pessoa, me senti um inútil tentando procurar a mim mesmo no meio de tantas pessoas que passam todo dia pelo mesmo lugar. Olhei pra janela e logo percebi que deveria ter estado do lado de fora há algumas horas, me recusei trabalhar hoje, não pelo fato da minha descoberta, apenas não quis trabalhar hoje por muitas outras descobertas que eu havia feito anteriormente, nada tão profundo, só algumas convicções.
Rabisquei algumas palavras em uma folha sem linhas, como se forçasse a ter alguma idéia genial naquele momento, algo que pudesse externar alguns pensamentos que tive com um amigo, ninguém especial, só um colega que encontrei por acaso no metrô.
Foi, acho, a primeira vez que vi o mundo de outra maneira, tentando refletir o que ouvi, embora tivesse me feito pensar, não foi o bastante para mudar meus vinte e dois anos de informações.
"– E se tudo isso for um jogo – disse ele - não o tipo de jogo que interpretamos ser. Sabe, às vezes não faz sentido a maneira como lutamos, toda esta voracidade à necessidade de autoafirmação. "
Bom, sinceramente isso me fez pensar, não que eu tenha outra coisa pra fazer, só pensei porque não fui ao trabalho hoje, e não quis ligar a TV.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Naturalmente

Cai o ponteiro pequeno,
Me desperto sem vontade,
Olho para o espelho,
E com a mão direita
sinto a textura do meu rosto,
Dou um tremendo suspiro,
Faço o que há de ser feito,
Saio de casa faltando cinco,
Abro a garagem, tiro o carro,
Faço o que há de ser feito,
Guardo o carro, fecho a garagem,
Subo rapidamente, olho no espelho
Tento achar minha diferença,
O ponteiro pequeno se ajeita para a queda
Deito-me sem vontade,
Cai o ponteiro pequeno...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Nossa fina camada

E aí, de repente, surjo como uma imagem socialmente aceitável. Delego funções, mesmo inconscientemente para que reações biológicas dominem minhas ações e delas tirem da roupa, derme, um proveito. Julgo não só minhas atitudes, mas além, exerço minhas expectativas de forma bem clara e difusa. Apetrechos, no entanto aparecem como cicatrizes que já existiam há tempos e tornam partes de mim, completando-me, desenhando-me. Torno-me aos poucos, imagem refletida de um mundo, com pessoas que se julgam loucas, e todos sabem que de loucos vemos tantos que normais se tornam poucos. Temos (a derme) como roupa, que cobre diferentes formas, possui diferentes cheiros, e seguem diferentes filosofias. Algumas possuem pigmentação acentuada, outras carecem, porém todas se relacionam, trocam sentimentos e informações. Quantos gênios e monstros já aproveitaram de sua textura. É assim o parecer humano, de sua forma e exatidão, algozes de honestidade nefasta, envoltos pela complexa camada enraizada de nervos que defloram ao mínimo toque, chamam de sensibilidade e sem civilidade, eles partem logo pela manhã depois de se agasalharem.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Quando criamos uma atmosfera em nós mesmos

Somos seres servis, escravos, subordinados, acorrentados à obediência que nos locomove, nos transmite a sensação de que somos parte de um grupo e dele somos peças matrizes. Há aqueles que pensam de outro modo e sabem de sua própria inutilidade, é quando nasce a escassez da lealdade e do compromisso humano.
Desde que nascemos, criamos associações de fatos do nosso cotidiano e assimilamos essas informações com sensações e estímulos, tempo, clima, sons, cheiros, criando assim uma atmosfera. Essa atmosfera faz com que mudemos nosso humor.
Devemos começar a pensar em uma maneira de recriarmos esses estímulos, pois ele interfere em nossas vidas, faz que tomemos decisões delicadas, promissoras, o cheiro da pessoa que amamos é um exemplo biologicamente comprovado, o impulso que nos faz tomar decisões se relaciona não apenas a impulsos neuroquímicos, mas a estímulos sensoriais dos nossos sentidos, criando em nós uma atmosfera.